A PF (Polícia Federal) deflagrou a operação 'Double Life', voltada ao combate a crimes previdenciários cometidos na agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em São José dos Campos. Foram presas três pessoas ligadas diretamente às fraudes investigadas, incluindo um servidor público.
A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas cidades de São José, Caraguatatuba e Rio de Janeiro.
Segundo informações da polícia, a investigação começou em junho, após a notícia de que um idoso havia sido preso tentando sacar valores de aposentadoria em São José utilizando documento de identificação pessoal falso.
O objetivo inicial, de acordo com a polícia, era identificar outras pessoas envolvidas naquele crime, mas a investigação encontrou o esquema organizado para fraudar benefícios previdenciários de outras espécies,como aposentadorias, auxílio doença, salário maternidade, praticadas com auxílio direto de um servidor público da agência do INSS.
"Foram realizadas novas investigações e chegamos a uma organização criminosa responsável pela prática de crimes contra o INSS, eles criavam benefícios fraudulentos, em nome de diversas outras pessoas e depois efetuavam os saques mensalmente dos valores depositados pelo INSS", afirmou o delegado da PF André Ricardo Carneiro.
Fraudes
Segundo a PF, o esquema criminoso era dividido em quatro fases. A primeira é a cooptação de pessoas; na segunda, o servidor público lotado na agência realizava a inclusão das informações no sistema e criava os benefícios previdenciários falsos em nome das pessoas cooptadas; na terceira fase o servidor gerava direito a valores atrasados de benefícios, resultando em grandes quantias a serem sacadas pelos beneficiários cooptados; na última fase a quadrilha utilizava pessoas para realizarem a retirada do cartão magnético e, posteriormente, efetuava o saque dos valores indevidos.
Suspeitos
Foram identificados 27 suspeitos, que serão ouvidos e poderão responder por crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário e inserção de dados falsos em sistema de informações, com penas máximas que, se somadas, podem ultrapassar 25 anos de prisão.
A operação 'Double Life' contou com a participação de 28 agentes federais, além de dois servidores da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, e contou também com o apoio do Ministério Público Federal de São José.